Meus Causos
Eu nasci nesse sertão
E nele quero morrer
Pois na minha certidão
Aqui eu vim nascer
Conheço cada palmo de serra
Cada caminho sem saída
E sobre essa terra
Conheço a lição sofrida
Conheço quando vai chover
Pois todo sertanista
Sabe reconhecer
Quando a barra está a vista
Já percorri cada estrada
Por onde andou lampião
Eita caatinga fechada
Com o calor arribando do chão
Nas noites enluaradas
Eu contava as estrelas
Imaginando as amadas
E o prazer de tê-las
Nas minhas caçadas
Matei onça e assombração
Dentro da mata fechada
Entregando a Deus minha proteção
Aprendi que nessa vida
Uma “estória” posso aumentar
Basta torná-la repetida
Mas nunca exagerar
Fernando Marques
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