sexta-feira, 22 de junho de 2012

Prazer


Prazer

Adoro a forma que você me beija
Do teu perfume que perfuma meu corpo
Da tua forma doce e tímida de se despir
E do teu olhar que tanto me cuida

Adoro quando você acorda
E ao me ver faz biquinho
Solicitando no alvorecer mais carinho
Só pra continuar dormindo

Adoro quando nossos extremos
Em comunhão se unem
Fazendo dançar as paredes
Que se portam coadjuvantes

Adoro quando a vida
No meu olhar se expressa
E você a ela dá retorno
Adoro!

Fernando Marques


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domingo, 17 de junho de 2012

Sonhe




Sonhe

Não venha me dizer
Que não existe o mundo dos sonhos
E que no fim do arco-íris não existem
Os tesouros que tantos sonham

Não venha me dizer
Que tens medo de viver
Apenas por ter conhecido a ilusão
De quem não sonhava ao seu lado

Não venha me dizer
Que uma nota triste de uma canção
Não toca mais tua alma
E que o teu coração ficou mudo

Não venha me dizer
Que desejas não mais acordar
Pra não ter que encarar um mundo
Que você se julga, nele, sofredora

Não venha me dizer
Num alto tom de silêncio
Que você vive mentindo
Só por medo de sonhar

Fernando Marques

Estrelas



Estrelas

É somente em noites de lua
Mas precisamente lua cheia
Que as lendas criam vida
Criança aprende a se benzer
E entender o anarriê

E lá no baixão da serra
Onde as ribeiras vivem
As estrelas de todas as constelações
Ali desciam e se banhavam
Enquanto as mariposas as invejavam

Todos no sertão sem arrumavam
Até a mais cheirosa fulô
Nesse dia perfume passou
E o menino que vivia a sonhar
Nesse dia a fez par

Era terreiro de magia
Alumiado pela lua
Santos e devotos dançavam
Comemorando São João
Bem no meio do sertão

Apresentam-se no terreiro
Lampião e Maria Bonita
Nosso Padim Padre Cícero
Luis Gonzaga, Rei do Baião
Lendas do Sertão

Fernando Marques

quarta-feira, 13 de junho de 2012


Um novo olhar

Que os teus olhos com o tempo revelem
O quanto você finge ser feliz
E que você consiga ser sincera
E dentro de si perceber
Que viver sem amor nos desespera

Fernando Marques

Embora pareça difícil




Embora pareça difícil

Sei que durante as noites
Quando você tiver seus pesadelos
Já não mais estarei ao seu lado
Hoje, deixo nossa casa: nosso lar

Vou levando lembranças
Sem precisar olhar sobre os ombros
Mas dentro do peito
Guardei palavras mudas

E quando alguém por ti perguntar
Espero que eu possa sorrir
Pra não ter que dar desprazer
Aos meus próprios questionamentos

E quando o tempo...
O teu cheiro do meu corpo arrancar
Ainda assim terei infinitas lembranças
A cada novo amanhecer

Mas, é preciso pra nós mesmos
Nos momentos de dor reconhecer
Que às vezes uma separação
É o que nos une numa nova vida


Fernando Marques

Domingo


Domingo

Tentei desistir
Renegando novas passadas
Pra não ter que lembrar que contra o sol
Nossas sombras andavam juntas

Na sala ainda existem lembranças:
Uma marca de batom no sofá
Um porta-retratos incompleto
O teu sorriso para o dia alegrar

Hoje, fico contido na varanda
Nesse dia de domingo
Fazendo da tua ausência um sepulcro
Dos meus sentimentos

As nuvens passam...
Como esteiras do tempo
Enquanto fico tentando encontrar
Aquela que me trará o teu rosto

Um pouco de Bon Jovi
Um trago na mão oposta ao cigarro
Um suspiro profundo
Tentando respirar

Fernando Marques


sábado, 9 de junho de 2012

Meu Caro João


Meu Caro João 

João foi nobre homem
De trato fino e elegante 
Coisas que bem poucos 
Mantinham a todo instante

Considerado no seu tempo
Mais um pobre rapaz
Era forte e também valente
Mas que vivia sempre em paz

Foi um compositor
Que conseguiu na vida unir
A dor e a alegria
Sem nenhuma precisar despir 

Era um sábio 
Que no seu silêncio reparava 
E conseguia contrapor 
Quando uma passada o enganava 

 Era o retrato da verdade
 Daqueles que na vida tem fé
 Que tudo na vida se supera 
 Venha ela como vier 

 Ainda lembro-me do João
 Olhando no fundo do horizonte 
 Todos os seus sonhos guardados 
 E do seu sorriso como ponte 

 João até hoje desperta saudades
 Nas rodas de praças e botequins 
 Mas nem um gole de álcool ele bebia 
 Mas o bar reunia assuntos afins 

 A vida a ele negou
 Qualquer tipo de instrução
 Mas era na vida um doutor 
 Quando o assunto era coração

 Tinha um olhar doce
 E um aperto de mão forte e amigo
 Era de muitos: confidente
 E de outro um abrigo 

 Fernando Marques