segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Teu Indicador
Teu indicador
Queria ser o suor do teu corpo
Para me escorrer em você
E em cada recôndito dele encontrar
Tudo o que te dá prazer
Queria ser o teu cabelo
Pra sempre ficar na sua cabeça
E ser o ar que você respira
Pra que nunca eu desapareça
Queria ser o teu indicador
Que faz teu corpo se contorcer
Para que nos teus devaneios
Eu faça tua boca se morder
Queria ser o luar
Que invade teu quarto escuro
Assim juntos poderíamos conceber
Um sonho de amor puro
Queria...
E sempre vou querer
Ser todo o seu coração
E todo seu amor merecer.
Fernando Marques
Sambamos lado a lado
Sambamos lado a lado
Na passarela da vida
Vou desfilando minha dor
A saudade e a estrada perdida
E cantando o amor
Vou compondo meu enredo
Com os retalhos do passado
Das bravatas ao medo
Do quanto fui amado e abandonado
Tento compor a harmonia
Entre meu ser e meu coração
Cantando com alforria
De tudo que me fez prisão
Na ala do passado
Mil histórias deixei
Nos olhos de um menino levado
O quanto eu sonhei...
Na ala do presente
Tento me encontrar
Pois da minha vida sou o presidente
Eu decido que samba tocar
Já na ala do futuro
Fico sorrindo a imaginar
Que o sonho é algo puro
E nem a vida o pode macular
Lá lá lá iá
Crio batucadas na palma da mão
Lá lá lá ia
Reforce o meu refrão
Venha comigo desfilar
Saudando o prazer de viver
E juntinhos vamos sambar
Até um novo amanhecer
Deixe as amarguras
Nas fantasias do passado
Pois nele não existem mais criaturas
Que te façam perder o rebolado
Olhe para o céu
E veja as estrelas na folia
Emergindo seus brilhos ao leu
E o luar que nos contagia
Cada um dia de nós
Comando o seu gingado
Nessa passarela nunca estamos sós
Sambamos lado a lado
Lá lá lá iá
Crio batucadas na palma da mão
Lá lá lá ia
Reforce o meu refrão
Fernando Marques
Amor-esperança
Amor-esperança
Às vezes fantasiamos o amor
Porque aprendemos
Que Ele é a coisa mais linda do mundo
E às vezes de nós esquecemos
Fingimos muitas vezes
Uma alegria que não nos pertence
E sempre por mais que certa situação nos doa
Dizemos que o amor nos deixa penitente
Mas acredito no fundo dos meus sentimentos
Que um amor sublime e verdadeiro
Apaga-nos a tristeza e sucumbe a solidão
De nosso pranto derradeiro
Às vezes precisamos escutar uma triste canção
Que nos mostre o caminho sensorial
Da descoberta do nosso ser emotivo
Embora ela possa nos fazer certo mal
Às vezes nutrimos um olhar
Invertido a outra pessoa
E embora nos sintamos submissos a ela
Sempre o coração-amor a ela perdoa
O amor...
Sentimento este incontrolável
Uma hora toda a nossa base
Outras nosso lado instável
Muitas vezes sentamos e choramos
Sem conseguir uma lágrima derramar
Mas só quem ama ou amou somente
Sabe a dor que o amor é quando vem nos faltar
Ouvi muitas vezes a palavra esperança
E por mais que ela me fuja de um conceito
A ela sempre entregarei meus sonhos
Com todo meu respeito
Então...
Digo a mim mesmo que amo
E que sempre nessa vida amarei
Por mais que Ele me pareça um engano
Fernando Marques
Amor é síntese – Mário Quintana
Amor é síntese – Mário Quintana
Por favor não me analise,
Não fique procurando cada ponto fraco meu,
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu
Ciumento, exigente, inseguro, carente,
Todo cheio de marcas que a vida deixou.
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor.
Amor é síntese,
É uma integração de dados,
Não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
Ninguém consegue abraçar um pedaço,
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito, amor.
domingo, 22 de novembro de 2009
Preservando-a
Preservando-a
Você me pede pra falar
Que é seu o meu amor
Mas basta eu me aproximar
Pra dizer que dos seus males sou causador
Você tenta contrapor
Todo o meu sentimento
Mas por ele tenho valor
Sem que ter que prestar depoimento
Basta você olhar na minha face
E sentir o pulsar do meu coração
Que verás que meu amor não tem disfarce
Nem muito menos contradição
Por amor...
Sempre preservei você
Sem precisar expor
O que me prende a você
Fernando Marques
Pela eternidade
Pela eternidade
Meu amor
Sou a mulher que aflora
Igualmente uma flor
Quando meu néctar você devora
Adoro nossos corpos suados
Profusos em desejos
Adoro os caminhos traçados
Dos teus peregrinos beijos
Fico uma fêmea no cio
Quando você me toca
Quando fio a fio
Você me retoca
Você vem dominar
Eu quero te prender
Quando vens depositar
O que me faz florescer
Faça de mim a tua flor
Das minhas pétalas teu aroma
Pois teu amor
Docemente me doma
Um calor fumegante
Aquece minha pele
E a todo instante
Peço que o universo nos atrele
És a lua
Que clareia meu leito
Que o meu pudor atenua
Esse é teu doado direito
És o sol
Que traz o dia
És o lençol
Que me aquece na noite fria
És o vento
Soprando na minha orelha
Causando o enrubescimento
Da minha pétala vermelha
De tanta imensidão...
Sinto de verdade
Que o meu coração
Te amará pela eternidade
Fernando Marques
Sublimação
Sublimação
Venho agora falar
Coisas do meu coração
Uma poesia pra alegrar
Outras pra cair na interrogação
Venho falar das cores
Da indecifrável natureza
E das dores
Frutos de nossa delicadeza
Venho tentar decifrar
Todo o mistério
Que o espelho não consegue revelar
E que se finda no cemitério
Venho aqui dizer
Que vejo cores na escuridão
E também contradizer
O conceito de razão
Posso ser contraditório
Do escrever ao agir
Mas meu ser é transitório
Somente Deus pode me dirimir
Venho aqui dizer
Que aprendi a voar
Coisa que talvez você
Não consiga acreditar
Fernando Marques
Devolvendo
Café da Manhã
Café da Manhã
O café era azul, azul como a profundeza de um oceano escuro e sobre uma mesa flutuante pairava o sol das paredes que a ele comprimia como um adorno de renda que circunda as mais belas curvas criadas pela natureza. Eram trêmulas as mãos que criavam redemoinhos no fundo de um cálice, um tanto trivial, para aquele horário.
Fiz a cama que me chamava para novos sonhos-pesadelos, penteeie os cabelos que o tempo me levou usando o pente da recordação que insiste em se perder no presente. Outrora tentei pegar o pão que se distanciava da flutuante mesa e nele coloquei o recheio de lágrimas com a faca da loucura. Compus meu café, mas de tão faminto neguei come-lo.
Fernando Marques
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