sábado, 21 de novembro de 2015

Banzeiro

Banzeiro

Faço uma oração
No silêncio da madrugada
Pedindo a Deus proteção
E uma grande jangada
Pra navegar meu coração

Que ele navegue por rios calmos
E esqueça as corredeiras
Da certeza como margem
De um vento ao seu dispor
Ao fazer essa viagem

Fernando Marques

A Dita

A dita

É um tanto complicado
Descrever o amor
Pior ainda...!
É sentir o conceito: saudade
Que nos deixa na berlinda

Fernando Marques

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Antagônico


Antagônico

Peito que se abre:
Peito sonhador
Peito que em si não cabe:
Peito sofredor.

Fernando Marques

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Grande Amigo


Grande Amigo

Acredite amigo
O cachorro é amigo realmente
Escute o que digo:
Ele é mais fiel que mulher da gente

Se você demora a chegar
Na chegada ele fica mais contente
Mulher quer com a gente gritar
E até bater na gente

Ele nunca fica zangado
Sempre está com o rabo a abanar
Mostrando está necessitado
De com seu dono brincar

Já a danada da mulher
Deixa pedra no nosso feijão
E nem a nossa colher
Quer lavar com sabão

Vou pro bar
Meu cachorro fica em casa
Mas quando volto a chegar
A mulher diz: Vasa!!!!

Fernando Marques

Minha estrela, estrela minha


Minha estrela, estrela minha

Vou construir um arranha céu
Pra que eu posso morar
Do lado daquela estrela
Que vive a me encantar

Assim posso tocá-la
E também sentir
Que melhor que vê-la
É poder um beijo pedir

E quando a constelação
Que ela pertencer
Ficar com ciúmes
Nada poderá fazer

Quem abraça uma estrela
Segue com a alma iluminada
Então ninguém vai me tirar
Minha estrela amada

Vou ao seu lado residir
Ela nunca será cadente
Porque é lindo sentir
O que meu peito sente

Pela eternidade...
Pelo universo...
Estarei junto a ti
Nem que seja em verso

Fernando Marques

Corpo de Mulher

Corpo de mulher

Faço da mulher minha mesa
Pra compor profundas poesias
E dela retiro a sobremesa
Pra minhas insanas fantasias

No corpo dela
Desvendo pontos de prazer
Abrindo-os feito uma janela
Saudando o amanhecer

No corpo feminino
Rebusco a natureza
De um infante menino
Regido pela proeza

E na amplitude da fêmea
Afloro seu instinto animal
Apresentando sua alma gêmea
Que a decompõe no carnal

Na saliva da tua boca
Faço dela minha combustão
Esbaldando-me na boca oca
Que me faz vulcão

Impossível viver
Sem a presença feminina
Pois a natureza me faz crer
Que ela me fascina

Libidinoso desejo
Da sua magnitude
Oferecidas tuas bocas eu beijo
Tomo tua atitude

Fernando Marques

Contraditório


Contraditório

Tudo parte de um princípio
Que todo início tem um fim
Aí, vem o contraditório
Dizendo que não é bem assim

Fernando Marques

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Palco

Palco

Parte de mim chora
Outra sorrir de tristeza
Os pensamentos em embaralho
Um cálice de franqueza

No peito....
Uma sensação de dor
Atrás da cortina:
Um ato de amor.

Fernando Marques

Horizonte

Horizonte

Me apego em detalhes
Quando fico a te observar
Detalhes pequenos
Passivos do amar

Detalhes que fogem da maquiagem
Que não há como retocar!
O prazer de te ver dormir
O prazer de te ver acordar

Fernando Marques

terça-feira, 10 de março de 2015

Amor

Amor

O amor é uma brasa ardente
Que aquece o coração da gente
E só quem ama somente
Sabe dar valor a esse presente

Fernando Marques

Um Novo Coração

Um novo coração

Daí-me Senhor
Um novo coração
Esse mergulhou no pavor
De uma nova ilusão

Peço-te que tenhas clemência
Deste infindo sonhador
Que tem ainda a inocência
De sonhar com o amor

Fernando Marques


A Última Lágrima


A última lágrima

No fim de uma paixão
Uma lágrima fica sem cair
É a que vai dizer ao coração
Que ele não pode de vez ruir

Na verdade...
Ela é a última recordação
Que a saudade
Deixa no coração

Fernando Marques

Sua Sina


Sua sina

O poeta sem sofrer
É como não ter a desejada alegria
É como o alvorecer
Sem a noite fria

O poeta é livre pra sonhar
Ele pode se iludir
E a quem não merece: desejar
Por mais que esse ato o venha ferir

O seu sofrimento...
Ele sente junto com o amor
Sem o fingimento
Fazendo do coração seu legislador

Ele quando vai à sua imersão
Chora muito por não saber
Que rumo dar a razão
Que os “práticos” vivem a dizer

Mas ele não se enfraquece
E sempre vai amar
E se for preciso uma prece
Porque não ajoelhar?

O poeta todo dia
Desrespeita a falsidade
Pois a única coisa que o guia
Está na sua sensibilidade

Ele, apesar do melancólico sofrer
O que mais teme
É de por amor morrer
Pois seu coração não tem leme

O mundo perde a cor
Quando as lágrimas cobrem seu olhar
Ele se vê o maior sofredor
E com essa inconstância ele vive a brincar

Mas todo dia...
Ele agradece a natureza
E a sua que o guia
Por tamanha franqueza

Fernando Marques

Jovem Retrato


Jovem retrato

Sobrevoei meu passado
Colhendo um tempo vivido
Um papel amassado
Um brinquedo perdido

Sentei no meu antigo berço
Revi meu batizado
Rezei meu primeiro terço
Revi meu primeiro pecado

Revi meu primeiro amor
Nos olhos de minha professora
Mas eu não era sabedor
Da decepção aterradora

Eu me vi sonhar
Sentado sobre um batente
E o olhar a desenhar
O que vem pela frente

Revi meu grande amigo
Companheiro de aventuras
Com quem eu desafiava o perigo
Em nossas travessuras

A primeira janela quebrada..
A primeira surra de doer...
Uma cabeça ponteada...
A primeira mulher a me acolher

Fui crescendo...
E o mundo ficando chato
E fui vendo...
Rejuvenescer meu retrato

Fernando Marques

Sem Atuar


Sem atuar

Quando fico sozinho
Dar vontade de me esconder
Num cantinho
Que ninguém possa me ver

Tenho de esconder
A tristeza do meu coração
Que tanto faz sofrer
Quem está na aflição

Vejo a vida passar
No espasmo da solidão
E o espelho a falar
Que estou sem direção

Vem na memória
O rosto de uma pessoa
Que grava na minha história
O tanto que a separação nos destoa

As lágrimas escorrem na minha pele nua
Vertendo o quanto é triste
A saudade que é sua
Que no meu peito persiste

Um sonho que marcou minha vida
Que os dias transformaram em pesadelo
Uma mulher nunca esquecida
Que deixou em mim esse triste modelo

Hoje sou a representação
Da dor sem atuar
Sou a frustração
Que faz criança chorar

Fernando Marques

Sentir de Verdade


Sentir de verdade

Quero doar meu coração
Pra quem saiba usá-lo de verdade
Pois é triste tê-lo
E viver sem felicidade

Quem sabe assim
Eu começarei a mentir
Dizendo sentir o que não sinto
E nunca me ferir

Assim em todo canto
Eu encontraria “um amor”
Amaria feito louco
Seria um ótimo ator

Chorar...
Nunca mais
Sofrer...
Jamais

Mas ainda prefiro
Sentir com o coração
Amar verdadeiramente
Essa é minha criação

Quem sai na chuva
É pra se molhar
Mas o vento sopra
E faz a água secar

Tudo tem um por que
Uma necessidade
E a minha...
É amar de verdade

Fernando Marques

Conselho de amigo


Conselho de amigo

Mergulho fundo no meu coração
Tentando a ele dar lenitivo
Por viver na solidão
Por ser tão emotivo

Tento a ele ensinar
Que a vida nos faz sofrer
Quando pensamos que vamos amar
Vem algo nos contradizer

Mas pra ele eu digo
Que melhor que chorar
É ter um ombro amigo
Que venha nos consolar

Ele tem de parar de verter
Lágrimas de dor
E dos outros esconder
Que sofre por amor

Não viva demonstrando
Que morres por viver
Nem fique se contrariando
Por não quererem você

Você vai encontrar
Um novo amor
Que saiba amar
Uma nova flor!

Pense no que te falo
E se não querer mais me escutar
Eu também me calo
Enquanto ficas a chorar

Fernando Marques

Sem Ele


Sem Ele...

Sonhei que o amor
Havia sido do mundo roubado
E que o ódio era o feitor
De cada casal separado

Eu vi a esperança morrer
Sob o julgo descrente
Daqueles que pensam que viver
Não passa de um ato somente

Vi crianças chorando
Do lado de caixões
E passarinhos acenando
Dando adeus as estações

Vi a escuridão
Cobrindo o mundo
E senti meu coração
Ficando num silêncio profundo

Senti o vento forte
De anunciadas tempestades
Que causam a morte
E tantas outras fatalidades

Já não existiam flores
Onde a escuridão dominava
Só predominava horrores
Pois o amor nesse sonho não estava

Rezei pra acordar
Pois era duro perceber
Que sem o amor pra nos guiar
O meu e seu mundo é triste de se ver.

Fernando Marques