quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Sonhos e Pecados

Sonhos e Pecados

De pouco sonhar
O homem se enfraquece
De pouco pecado
O homem se esquece

Fernando Marques


Naufrago

Naufrago

Nem sempre são lágrimas
Que naufragam o coração
E nem sempre em jangadas
Se navega por uma paixão

Fernando Marques

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Caleidoscópio

 
Caleidoscópio

Na mesa o vinho derramado
Maculando a tolha envaidecida
E pela casa as vestes
De uma noite atrevida

Enquanto o vento agoniza
Entre as folhas caídas
Tentando conter o ciúme
De peles tão despidas

Cora cor, cora alma
Coram paredes de cal
Com as sombras quem dançam
Uma valsa nominal

Um novo universo se cria
Na colisão de espelhos
Banhado por uma chuva de vida
Entre lábios vermelhos

Fernando Marques

Faz de Conta - Fagner


terça-feira, 15 de outubro de 2013

Crescendo Para o Mundo

 
Crescendo Para o Mundo

Houve um tempo de incerteza
Entre ser menino ou homem
Queria ser um ser liberto
Mas com a impunidade de um menino
Sonhava em ter barba
Brincando de barbear
Meus pés ainda eram pequenos
Mas costuravam passos largos
Brincando de sorrir-menino
Em olhares de questionamento
Pois tudo que era gigante
Já me parecia menor

Fernando Marques

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Flô di Cacto

 
Flô di Cacto

Vou falar de um tormento
Que acomete o coração
É feito coice de jumento
E mais largo que avião

É o danado do amor
Que faz peito derreter
Faz o cabra plantar flô
E bestar até o amanhecer

O bicho mói tanto
Que nem juízo aparece
Não adianta chamar Santo
Nem fazer prece

Ele bulina tudo:
Nos expõe na enchente
Ao ponto de ficarmos graúdo
Em qualquer ambiente

Faz matuto interagir
A andar prosa e becado
O perfume não dá nem pra sentir
De tanto que fica firmado

Já disseram, de certo
Que um bandido aportuguesado
Não queria ser liberto
Pois estava apaixonado

Criou-se ali uma interrogação
Daquelas de xadrez uivar:
Que porra é esta Bastião
Que tu não que se libertar?

É um bicho contraditório
Parece cobra de duas cabeça
É na vida compulsório
Disso não se esqueça!

Faz o cabra se sentir menino
E o mundo todo amar
Pois o amor é o palatino
Pro homem se encontrar

Fernando Marques