quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Flô di Cacto

 
Flô di Cacto

Vou falar de um tormento
Que acomete o coração
É feito coice de jumento
E mais largo que avião

É o danado do amor
Que faz peito derreter
Faz o cabra plantar flô
E bestar até o amanhecer

O bicho mói tanto
Que nem juízo aparece
Não adianta chamar Santo
Nem fazer prece

Ele bulina tudo:
Nos expõe na enchente
Ao ponto de ficarmos graúdo
Em qualquer ambiente

Faz matuto interagir
A andar prosa e becado
O perfume não dá nem pra sentir
De tanto que fica firmado

Já disseram, de certo
Que um bandido aportuguesado
Não queria ser liberto
Pois estava apaixonado

Criou-se ali uma interrogação
Daquelas de xadrez uivar:
Que porra é esta Bastião
Que tu não que se libertar?

É um bicho contraditório
Parece cobra de duas cabeça
É na vida compulsório
Disso não se esqueça!

Faz o cabra se sentir menino
E o mundo todo amar
Pois o amor é o palatino
Pro homem se encontrar

Fernando Marques