terça-feira, 28 de julho de 2009

Um Tanto Primitivo


Um Tanto Primitivo

Sou homem do mato
Embora viva na cidade
Desse modo não desato
De toda a minha verdade

Eu esculpo minha pessoa
Nos tropeços do dia
E minha alma apregoa
Toda minha alforria

Não tenho forma ideal
Pois os meus sentimentos
Fogem do real
Nos meus delineamentos

Crio o meu ambiente
Independente do lugar
Sou o meu confidente
Apenas eu entendo o meu chorar

Sou uma linha da criação
Sou um ser tempestivo
Que mistura razão e coração
Um tanto primitivo!

Fernando Marques

Falaram de mim

Apócrifo


Apócrifo

Tento entender
O que ele narrava
Tento entender
O que ele pensava

Ainda não compreendo
A sua autoria
Ainda não compreendo
A sua agonia

Muitas vezes
Eu o vi se alegrar
Muitas vezes
Eu o vi chorar

Não o resumi
Nas suas poesias
Não o resumi
Nas suas fantasias

Difícil encontrar nele
A luz da razão
Difícil encontrar nele
Um ponto de exclamação

Uma hora...
Autenticidade
Uma hora...
Infertilidade

No futuro dele
Lê-se: incerteza
No futuro dele
Lê-se: franqueza

Ele se perde
Na sua emoção
Ele se perde
Por não ter direção

Ser castigado
Pela fria dor
Ser castigado
Por não viver o amor

Ser que se ilude
Com um cheiro de uma flor
Ser que se ilude
Negando seu horror

Um dia ele vai perceber
Que não valeu a pena
Um dia ele vai perceber
Que a morte lhe acena

No fim dos meus questionamentos
Não vou ele reconhecer
No fim dos meus questionamentos
Ele vai novamente se desfazer

Fernando Marques

Paranóia Delirante


Paranóia delirante

Minha insanidade
Demonstra-me no viver
O transparecer da realidade
Que vive a se esconder

Sou então...
Um cidadão insano
Que tem sua própria opinião
Desconhecedor do profano

Sou uma criatura
Procurando liberdade
Abraçando-me com a loucura
Pelas ruas da cidade

Não deixo nada barato
Sei me defender
Todo nó desato
Que quer me prender

Se for o caso
Também sei correr
Obra do acaso
Tentando me surpreender

Meu destino
É pra frente olhar
Com a visão de um menino
Que vive a sonhar

Sou um inefável sonhador
Vivendo com os pés no chão
Porém sou sofredor
Quando ponho a caneta na mão

Não pense que com isso
Demonstro fraqueza
É apenas o que preciso
Pra contrapor minha natureza

Fernando Marques

Noites quentes


Noites quentes

Dilapidando o prazer
Conheci a flor
E de tanto viver
Encontrei o amor

Na vagância da procura
Que vem me aperfeiçoar
Levito a alma pura
Que vem nos abençoar

Um choque de encontros
Que nos fazem viver
Longe de desencontros
Que nos fazem sofrer

União...
Mãos dadas
Eis a razão
Das almas abençoadas

Caminho percorrido
Que valeu a pena
Nesse gesto colorido
Quando você me acena

Fantasias do meu olhar
Que invadem o coração
Que me fazem amar
Com essa situação

Venha como o sol
Permanentemente quente
Por baixo do lençol
Dizer o que tu sente

Venha como a lua
Que vem nos iluminar
Com a pele nua
Querendo pecar

Venha soltar
Teu grito de prazer
E nas pernas se entrelaçar
Pro meu ser se esconder

Venha chorando
Pecando sob o pano
E sempre me chamando
Vê cá meu profano

Fernando Marques

Sou assim!!!


Sou assim!!!

Jogando aberto
Abro meu coração
Não tenho ninguém por perto
Que segure a minha mão

Sou um inefável amante
Procurando alguém pra amar
E a todo instante
Faço uma mulher sonhar

A lua é minha amiga
O sol meu cobertor
Então venhas e me siga
Pra entender meu amor

Admiro cada flor
Que faço germinar
E por onde eu for
Consigo o cheiro delas levar

A minha natureza
É contraditória
Pois cada beleza
É transitória

Beijo vagantemente
Com muito carinho
De forma tão indecente
Que me perco no caminho

Mas não esqueça
Tudo tem seu preço
Por mais que alguém me apareça
Logo, logo desapareço

E se a saudade
Em ti ficar
Sorria de felicidade
Eu te fiz sonhar

Fernando marques

Meus Seres


Meus seres

Eu vago pelo uma casa vazia
Sem conseguir me conter
E a saudade me apresentava
À vontade de te escrever

Uma doce saudade
De um tempo que passou
O difícil é aceitar
Que em mim você ficou

Esse é o preço
Por um “dia” ter errado
É duro camarada
Se encontrar despedaçado

Levante a cabeça
Meu único amigo
Pare de lamentar
Deixe de ser teu inimigo

Agora vou te falar
Eu sinto o meu amor
Seja errado ou normal
E vou te pedir um favor

Deixe-me livre
Pra sorrir ou chorar
E cuide de você
Que só sabe falar

O teu narrar
É só exclamação
Deixando de esquecer
Que somos todos interrogação

Zelo tua amizade
Te amo de coração
Pagando a passagem
De andar na tua direção

Cuide de mim
Não me machuque mais
Sou um homem ferido
Que perdeu seus avais

Eu te escutei
Agora vais me escutar
Não te questiono por querer
Questiono por te amar

Amigo...
Choro por você
E sinto
Como é grande o teu sofrer

Contigo eu caminho
24hs por dia
E também compartilho
Da tua agonia

Esqueça aquele nome
Esqueça aquela pessoa
Também amo muito ela
Mas ela só te magoa

Veja como você está
Igual bêbado em contramão
Se faça volver
Pegando outra direção

Abrace-me amigo
Vou te confortar
Minhas palavras são precisas
Pra você se encontrar

Sempre te amarei
Nunca vou te largar
Sempre serei verdadeiro
Por mais que venha te confrontar

Se continuar amando
Aquela mulher
Eu te respeitarei
Porque é isso que você quer

Posso até te ajudar
Pedindo de coração
Pro nosso Deus
Escutar minha oração

É o que posso fazer
Além de te aconselhar
No mais é contigo
Saber se vais me escutar

Estamos cansados
Vamos dormir
E amanhã continuamos
Se assim preferir


Fernando Marques

Som do morro


Som do morro

Vamos nessa batida
Aumentando o som
E repita
Reforçando o meu tom

Alarde pela cidade
O seu refrão
Saudando a humanidade
Viva cidadão!!!

Se liga meu irmão
Teu castelo pode ruir
Se entrar na contramão
O trem pode te partir

Salve o senhor
Levantando as mãos pro céu
E peça por favor
Pra te afastar de todo fel

Faça dessa sintonia
Tua forma de reclamar
E dizer com alegria
Que vamos lutar

Largue cidadão
O que te engana
Desligue a televisão
Que a sociedade profana

Destrua a fortaleza
Criada pelo teu suor
Lá vive a realeza
Que te prejudica sem dó

Solte o cheiro
Do teu choro
O choro derradeiro
Apelo do morro


Fernando Marques

Vida de novela


Vida de novela

Jogo minha viva ao acaso
Na esperança de encontrar
Muito mais que um caso
Muito mais que transar

Mais do que sexo
Aquela grande mulher
Que vai me deixar conexo
E não uma qualquer

A busca de um tesouro
Que tem mais valor
Que pepita de ouro
Isso é o amor

Pouca gente sabe amar
Vivemos vendo novela
Que vive a fantasiar
Transformando a vida em bagatela

Eu já desliguei a televisão
Vivo num mundo real
Matei o Faustão
Construí meu canal

Fernando Marques

Página virada


Página virada


Amei como louco
Aquela mulher
E morri pouco a pouco
Por ela não saber o que quer

Coisa do passado
Página virada
Preciso ser encontrado
Por uma mulher mais afirmada

Amei como criança
De alma pura
E nessa mudança
Conheci a loucura

Quero um amor verdadeiro
Uma pura necessidade
E esse foi o derradeiro
Que me tirou a tranqüilidade

Preciso mudar
Escutar mais a razão
E deixar de me (des) encantar
Envolvendo meu coração

Nessa manhã fria
Ela me ligou
Trazendo-me a agonia
E a tranqüilidade me levou

Os primeiros passos
Que sucedem o meu (re)viver
São apenas embaraços
Mas vou eles conter

Tenho de ser decidido
E procurar o melhor pra mim
Senão viverei sempre ferido
E aí...será meu fim.

Fernando Marques

O mais difícil


O mais difícil

O difícil não é ficar sem você
O difícil será te esquecer
O difícil não será chorar
O difícil será não te amar

O difícil não é morrer
O difícil será contigo não viver
O difícil não será dormir
O difícil será não mais sorrir

O difícil não é ficar perdido
O difícil será ser esquecido
O difícil não será falta de amor
O difícil será sentir essa dor

Fernando Marques

Vida sem rima


Vida sem rima

Descobrimos que a vida
Não é como deveria ser
Descobrimos também
Que ela é uma armadilha
Pros supostos personagens
Que nela se propõem viver
Além do mais...
Diverges em contradições
Hora a vida
Hora a morte
E nesse magnífico intervalo
Entre o nascer e o morrer
Desencadeamos todo nossa loucura
Toda a nossa propensa sorte
Somos nossas máscaras
Que escondem a realidade
Panos da ilusão
Que retira toda a verdade
Contida na razão...
Devaneios...
Lampejos...
Soluções...
Decepções...
Sem me prender a rima
Nem muito menos a métrica
Faço um narrar literalmente pobre
Porém...
Magnificamente real.

Fernando marques

O verdadeiro amor: o mais simples


O verdadeiro amor: o mais simples

O encontro do amor
Não está nas palavras
Nem nos abraços
O encontro do amor
É quando os envolvidos
Remetem-se a infância
Onde predomina a pureza
Onde tudo é alegria
Dentro da certeza
Que devemos nos entregar
Com tanta maturidade
Que nos tornamos infantes
De tanta cumplicidade
Momentos que a fantasia
Exprime toda a razão
Da transparência alcançada
Que ecoa no coração
A pessoa amada.

Fernando Marques

Destoada


Destoada

Eu sou a lágrima que cai
Sou o pássaro no céu
Sou a dor que esvai
Expurgada com fel

Sou a agonia
Sou essa pessoa
De alma fria
Que as outras magoa

Vou libertar
Minha forma de viver
E começar a juntar
Em vez de perder

Aumento meu rádio
Procurando uma canção
Que seja o contrário
Da minha emoção

Vou agora destoar
Palavras catadas ao vento
Pra assim me livrar
Do peso do pensamento

Contrariedade
Criada dentro de mim
Apenas uma verdade
Divergindo-me assim


Fernando Marques

Fragmento...


Fragmento...

Acordo sorrindo que nem criança, outras chorando. Durmo às vezes qual criança, outras vezes adulto demais. Sou de tudo um pouco e de nada tudo. Às vezes um sábio, às vezes um louco. Resumindo, sou o que não sou e serei o que não quero ser, mas se um dia eu puder escolher entre o ficar comigo e o partir, eu prefiro partir, pois não agüento mais minhas inconstâncias.

Fernando Marques

Fé na folia


Fé na folia

Aquela colombina
Tem um jeito doce em sorrir
E foi por essa encantadora menina
Que por fim me prendi

O grande salão
Pra ela se abriu
Mostrando a devoção
Por tua beleza viril

Pena eu não usar
Também uma fantasia
Pra te fazer par
No meio dessa folia

Mas sou de todo proeza
Fantasio a mim mesmo
E com um pouco de sutileza
Sairei desse querer esmo

Um dedinho em cada mão
Um arrastar de pé
E vou à tua direção
Com toda minha fé

Oh abre alas
Que eu quero passar
Livrando-me das malas
Que estão a te rodear

Minha colombina brasileira
Vem comigo dançar
A valsa derradeira
Antes da gente se encontrar

O carnaval
É também realidade
De um mundo real
Onde encontramos a felicidade

Vem meu amor
O sol vai raiando
E a tua flor
Está me chamando

Vamos por meu leito
Onde vais descansar
Dormindo em meu peito
Até uma nova folia chegar

Fernando Marques

Larvas


Larvas

Suavemente você descansa
Teu corpo sobre o meu
Com a voz mansa
Dizendo que sou seu

A sua forma de falar
Lambudas perversões
Faz meu corpo se abalar
Aflorando sensações

Meu corpo aumenta
Em tua prece
E quando você se senta
Ele desaparece

Compulsões...
Direito de querer
Erupções...
Larvas de prazer

Fernando Marques

Meu toque


Meu toque

Você sempre sente
O toque da minha mão
Sempre quente
Deixando-te em ebulição

Uma louca loucura
Que sinto ao te tocar
De forma tão pura
Que chego a me assustar

Tenho medo de você
Desse teu olhar
Que me faz estremecer
Como começo te amar

Minha mão
Não sabe se conter
Guiada pelo coração
Que te faz gemer

Desmanche-se de prazer
Com o meu toque
E se a maquiagem se desfazer
Não se retoque.

Fernando Marques

Acorda!


Acorda!

Vem meu amor
Abraçar-me com o dia
Sinta o calor
Nesse dia que se cria

Escute o galo cantando
Ao chegar do alvorecer
E o dia se apresentando
Até um novo anoitecer

Os passarinhos estão fazendo
Piruetas pelo ar
E muita gente nascendo
Pra esse mundo povoar

Muita gente despertando
Fazendo o mundo girar
E muitos se apresentando
Pra esse mundo comandar

Vem meu amor
Ver tamanha beleza
Do abrochar de uma flor
Pela mão da natureza

As flores se abrindo
Saudando o Rei-Sol
E uma flor sorrindo
Seu irmão girassol

Veja a formiga andando
Nesse alvorecer
Sempre trabalhando
Pra sua colônia prover

Escute o sabiá
Na campina soando
Melodias de encantar
Nesse canto nos abençoando

Vem meu amor
No meu corpo se roçar
Sentindo o fervor
Desse dia te chamar

Vamos à labuta
Mais um dia vencer
Vencendo com luta
Sem aos outros desmerecer

Venha ver a alegria
Daquela gente passando
Nessa manhã fria
Sempre perseverando

Substancie seu levantar
Sem precisar de ninguém
Pra junto pode somar
Do lado do seu bem

Fernando Marques

Vai coração


Vai coração

Começo a tremer
Quando te vejo passar
Tentando te dizer
Que desejo te amar

Tenho medo do coração
Do meu peito fugir
Tentando encontrar uma situação
Que você o possa ouvir

Ele contigo vai gritar
Com medo de perder
A oportunidade de você escutar
O sentido dele bater

Trate com educação
Esse pobre coitado
Quem não tem noção
Por está apaixonado

Se você entender
E conseguir sentir
O que ele vai te dizer
Tenho certeza que irais sorrir

Ele é pura delicadeza
Reflexo do que sente
Por tamanha beleza
Que não sai da minha mente

No mais...
Deixe-o falar
Mostrando que ele é capaz
De pra você se entregar.

Fernando Marques

Samba de alma


Samba de alma

Vou fazendo meu samba
Com os pés no chão
Pisando na corda bamba
Que amedronta meu coração

Acorda bateria
Levante a arquibancada
Despertando a alegria
Com a tua batucada

Ritma mestre-sala
Compasse a porta-bandeira
Rompa o sorriso que não cala
Tua paixão verdadeira

Vamos juntos sambar
Em plena comunhão
Sabendo respeitar
O passo de cada irmão

Deixe a raiva de lado
Sambe com calma
Ficando encantado
Com o samba de alma.

Fernando Marques

Desperta


Desperta

Acordo te beijando
E você ainda dormindo
Ainda estais sonhando
E eu te bulindo

A cada amanhecer
Esse é o ritual
Onde encontro o prazer
Preparando meu astral

Recito-te uma poesia
Que te faça despertar
Mostrando-te que já é dia
É hora de acordar

Você acorda sorrindo
Agradecendo os beijos meus
E teu corpo pedindo
Os abraços que são teus

Preparo-te o café
Alimentando tua fome
E com muita fé
Você deixa que eu te dome

Acorda meu amor
O sol vai raiando
E tua flor
Vai desabrochando

Na cama: a doce beleza
Todo dia ao meu dispor
Regada de poesia
Ao despertar teu amor


Fernando Marques

Meu samba


Meu samba

Agora começo a dançar
Chamando aquela mulher
Que diz me amar
Mas que não sabe o que quer

Ai meu Deus
Perdoe esse sonhador
Que imita os braços teus
Esperando meu amor

E no compasso dessa dança
Ela vem e eu vou
Ritmando uma lembrança
De um sonho que não vingou

Eu queria beber
Fugir de mim
Mas isso não é viver
É apenas meu fim

Vou sambar cantando
Eu amo ela!
Ta escutando
Moça da janela?

E com o gingado no pé
Que não cansa jamais
Vou sambando com fé
A procura da paz

E no último acorde
Desse samba que desanda
Atiro na sorte
O sonho que me comanda

Fernando Marques

Sou assim


Sou assim

Sou tudo o que você quer
Sou tudo o que você renega
Mostro-te a mulher que tu é
De forma que ninguém te pega

Sou o amor
Sou a fúria
Sou tua dor
Também tua luxúria

Sou teu sol
Sou tua tempestade
Sou teu lençol
Sou tua maldade

Sou tua alegria
Sou o teu sofrer
Sou a fantasia
Que te fará morrer

No fim...
Sentirá saudades
Porque somente assim
Encontrará tuas verdades

Fernando Marques

Hora de perder


Hora de perder

Dei-te tudo o que tenho
Meu amor: minha riqueza
A única coisa que retenho
É a imagem da tua beleza

Essa eu não te dou
Jamais...
É a lembrança de um amor
Que me trouxe paz

Dei-te minha vida
Todo o meu carinho
Ficou apenas a ferida
Que cicatrizo sozinho

Não há ninguém
Que se compare a você
Hoje fico refém
Da vontade de te querer

Minha confusão
Foi não entender
Que o meu coração
Dependia de você

Sem avisar
Você foi embora
Nem consegui me desculpar
Eu perdi a hora

Fernando Marques

Triste Partida


Triste partida

Dói-me saber que um dia
Não poderei mais escrever
Jogado sob uma lápide fria
Pra do mundo me prender

O que me traz a tristeza
É saber que a poesia
É de mim a grandeza
Nessa “grande” travessia

Adubarei a terra
Com todo o meu amor
E apesar da vida que encerra
Nascerá uma linda flor

Essa será minha herança
Pra aqueles que vêm vindo
Com sorriso de criança
E da vida se divertindo

O que me faz aceitar
Essa prevista separação
É saber que devemos renovar
A cada geração

Aceito meu destino
De parar de viver
Pois desde menino
Eu já sabia que ia morrer

Tenho meus amores
Que na vida conquistei
E também todas as dores
Da que realmente amei

Na minha despedida
Não chorem por mim
Minha vida foi vivida
Viverei também meu fim

Fernando Marques

Luxúria


Luxúria

O sabor do teu beijo
Aflora o desejo
Quando meu membro crescer
Rompendo-te de prazer

Quando sinto você respirar
Na hora de amar
Meu corpo se aquece
Ajoelhando-te para a prece

Expelir minha alma
Me dá a calma
Pra assim verter
Todo meu prazer

E no repouso reparador
Falo-te de amor
E quando o tempo passar
Vamos de novo recomeçar

Um perpétuo ritual
Do prazer carnal
Que juntos nos envolvemos
Quando ao outro temos.

Fernando marques

Contrário


Contrário

Mato-me a cada dia
Tentando entender
O que me traz agonia
O que me faz enlouquecer

Uma dupla personalidade:
Uma, amor
Outra, fatalidade

Fernando Marques

Imagina


Imagina

Imagina
Você voando
Imagina
Você me amando

Imagina
Você se tornando mulher
Imagina
O bem me quer

Imagina
Minha doce menina
Imagina
Que a vida te ensina

Imagina
Meu grande amor
Imagina
O que será de tua flor

Imagina
As flores se abrindo
Imagina
Nossos filhos sorrindo

Imagina
O nosso futuro
Imagina
Um amor puro

Imagina...


Fernando Marques

Casamento


Casamento

Os anjos saudavam
O ritual do amor
E todos que ali estavam
Não continham seu fervor

Laço da união
Que une nosso Ser
Num ato de comunhão
Que nos faz crescer

O verdadeiro brilho
De mãos a cruzar
A procura de um filho
Que se vai semear

O dia a dia
Com todos os seus afazeres
Não pode afastar a alegria
Dentro de nossos seres

Sempre somos capazes
De encontrar o caminho
Pra fazermos as pazes
Dentro de nosso ninho

Entendas que ao teu lado
Você tem uma pessoa merecida
Que eterniza teu coração apaixonado
Deixando tua alma entorpecida

Fernando Marques

Estrada da vida


Estrada da vida

Vou embora
Vagar pelo mundo
A vida foi jogada fora
Num abismo profundo

Vou procurar terras desconhecidas
Onde eu posso encontrar
Paixões adormecidas
Que eu possa despertar

Estarei de braços abertos
Igualmente uma cruz
Com pensamentos incertos
Na certeza que me conduz

Farei minha guerra
E escreverei
Em cima da terra
O nome da que amei

Enquanto isso...
Vou desse mundo sorrir
Pois é tudo que preciso
Pra de novo partir.

Fernando Marques

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Motivos


Motivos

Coração machucado
É sinal que sente o amor
Dói um bocado
Essa intangível dor

Só não esqueça
Que na vida vale amar
Torcendo pra que essa dor desapareça
Pensando um dia se achar

Todo amor tem seu tempo
Um dia ele nasceu
E num simples contratempo
Ele morreu

Eu não consigo entender
Essa mudança
Esse tal querer
Que carregamos na esperança

Ai coração...
Como é bom te perder
Dentro da minha razão
Que não sabe se conter

Mil razões
Pra amar...
Mil decepções
Pra chorar...

Vivamos...
Viva sorrindo
Soframos...
Quando de nós partimos

Temos que nos condicionar
Que a vida é assim
Um motivo pra amar
Outro pra ser nosso fim


Fernando Marques

Gosto do silêncio


Gosto do silêncio

Gosto de passear
Sobre tua pele nua
Gosto de te beijar
Sob o manto da lua

Gosto de sentir
O gosto do teu beijo
Gosto de sorrir
Extasiado de desejo

Gosto de te amar
Perdidamente...
Gosto de te falar
Um assunto indecente

Gosto de fingir
Que sem você consigo viver
Gosto de mentir
Que não gosto de você

Gosto do mel
Que expele da tua boca
Gosto do céu
Entre tuas pernas oca

Gosto de tudo
Mergulho no nada
Gosto de ficar mudo
Em você minha amada

Fernando Marques

Gozo


Gozo

Minha alegria
Minha razão de sorrir
É fugir dessa cama vazia
Onde não consigo dormir

Procuro tua cama
Onde consigo amar
Abraçando uma dama
Que me faz alucinar

Um corpo quente
Que absorve o prazer
Desejo que somente
Sinto em te ter

E dentro desse encanto
Derreto-me cansado
Ficando no canto
Completamente extasiado


Fernando Marques

Vem


Vem

Vem meu amor
Vem no meu corpo brincar
Despeje o teu calor
Pra que eu possa te amar

Venha com vontade
Vontade de se entregar
Buscando a felicidade
Que você vive a sonhar

Não se dê por vencida
Conquiste o seu dia
Porque nessa vida
Devemos fugir da agonia

Não basta apenas o prazer
Dos corpos a suar
Devemos entender que o viver
É muito mais que transar

Vem meu amor
Dê-me sua companhia
Vamos juntos com louvor
Conquistar nossa alegria

Fernando Marques

Estrela cadente


Estrela cadente

Essa madrugada
Que insiste em pendurar
Segura essa noite enluarada
Enquanto o sol não raiar

O céu ta brilhando
Com estrelas a bailar
E meu pensamento voando
Querendo a lua abraçar

Serpenteio pelas estrelas
No labirinto da escuridão
Não deixando de vê-las
Como obra da criação

Daqui do meu pensamento
Vejo meu lugar
Onde tenho sob o firmamento
Muito que trilhar

Essa imaginação
Coloca-me na cama do céu
Onde minha única obrigação
É retirar o seu véu

Minha menina Lua
Que existe antes do meu nascer
Minha vida você atenua
Alegrando o meu viver

Minha doce companhia
Segure na minha mão
Tire-me da nostalgia
Que apresenta a solidão

Você com suas fases
Umas te procuro
Outras desfazemos as pazes
Outras sinto teu urro

Vai, vai...
Ilumina minha vida
Dizendo que toda estrela cai
Se não for bem querida

Fernando Marques

Até mais...


Até mais...

Registro na memória
Que te amei em vão
Lembrança de uma história
Onde perdi meu coração

As pessoas para amarem
Devem se unir
Pra assim gostarem
Do prazer de ambos sorrir

As pessoas perdem seu valor
Quando não entendem que no mundo
Se você perde o pudor
Cairá num erro profundo

A infantilidade
Contida na pessoa
Não rima com felicidade
Ela apenas nos destoa

Gostaria de não lembrar
Momentos que passamos
Onde eu encontrava o amar
Na vida que juntos traçamos

Ilusões...
De quem aprendeu a mentir
Decepções...
De quem só vive a se ferir

Eu só queria amar
Pensando no futuro
E não me encontrar
Vivendo em apuro

Se divertir...
É diferente de vadiar
Sorrir...
É diferente de chorar

Erva daninha
Das rosas se aproximam
Na vontade mesquinha
De discordar os que amam

Voa pássaro ingrato
Vai viver na fantasia
Só não esqueça de fato
Da moral que nos guia

Meu defeito
Foi amar demais
Sonhando um amor perfeito
Que me trouxesse a paz

Hoje fico a lamentar
Meu tempo perdido
Com uma pessoa que não quer mudar
Enquanto eu tava decidido

Hoje fico a verter
Soluções por alguém
Mas o que não vou conceber.
É não me querer bem

Se aquela menina
Entende-se o amor
Entenderia que a vida ensina
Mesmo através da dor

Ela se vende por momentos
Não sabendo o seu preço
Nem a cobrança dos tormentos
Que me tiram seu apreço

Hoje perco o sono
Rolando até o amanhecer
Em total abandono
Esse é meu descrever

Não posso entregar meu ser
A alguém que não sabe enxergar
O valor de viver
E não de fantasiar

Não tenho mais sua companhia
Permito-te agora vagar
Torcendo pra que tua agonia
Um dia possa acabar.

Fernando Marques

Último refrão


Último refrão

Pior cego é o que nada pode ver
Então pare de se camuflar
Começando a entender
Que você se deixa notar

Pode crer!
Que gente que nada ensina
Não faz ninguém crescer
Apenas nos desatina

Tome tino
Pare de encher
Você não é mais um menino
Posso me defender

Deixe de blá, blá, blá...
De contar estórias
E vá pro lado de lá
Falar de vitórias

Abaixe o seu tom
Contido nessa calma
Porque o olhar tem o dom
De transparecer a alma

Meu último refrão:
A paciência voa
Pegue sua direção
E vá numa boa.

Fernando Marques

Vermelhosa


Vermelhosa

Minha rosa vermelha
De halos rosa
Você é a centelha
Numa pétala formosa

Furei-me com teu espinho
Vertendo do sangue o amor
Coloque-me de ti juntinho
Pra te dá meu calor

Não deixarei
Uma pétala sua cair
E sempre te abraçarei
Quando a noite cair

Derrame sua fragrância
Sobre nossos seres
Pra gerarmos uma criança
Um de nossos deveres

Perdoe querer ofuscar
Tão bela beleza
Pois te admirar
É minha natureza

Fernando Marques

Furada


Furada

Não quero saber de balada
E sim de realidade
Não quero falar de furada
E sim de verdade

Já não sou mais criança
Pra viver me iludindo
Apenas guardo na lembrança
Um tempo que vai indo

Preciso mudar
Refazer meu viver
Ter com quem contar
Em vez de sofrer

A balada nos ilude
E sabemos disso
Então que a gente mude
Se achar-mos preciso

Esqueça a fantasia
Dos holofotes da noite
Das inconstâncias do sentir
Agindo com afoite

De brilho: o luar
De fantasia: o viver
De som: o mar
Do viver: o prazer

Fernando Marques

Volver


Volver

Minha vida me deixou
Numa tristeza sem fim
Meu sonho acabou
Não me encontro em mim

Devo desistir da felicidade
Contrapondo o que quero
E sentindo essa realidade
Me desespero

A noite me agonia
Na ausência de você
E lembro da alegria
Do prazer de te ter

Só me resta agora a lembrar
Do sabor do teu beijo
Que tanto me fazia sonhar
Nessa boca que desejo

Morrer eu não vou
Também não irei viver
Meu coração fechou
Só me resta volver

Mais uma partida
Que desejei ser a derradeira parada
Nessa estrada perdida
Sem você minha amada

Até outra vida...
Onde eu posso cicatrizar
Essa latente ferida
Que me faz penar.

Fernando Marques

Acorde meu amor


Acorde meu amor

Bom dia meu amor
Veja o dia raiando
Aquecendo-te com o calor
Tendo o sol te abençoando

Abra a janela
Deixe a vida entrar
E esqueça da novela
Que vive a te enganar

Sinta o vento
Nos teus cabelos bulinar
E saibas que nesse momento
Sou eu a te tocar

Desse momento: o inicio
Da labuta do dia a dia
Enfrente-o sem resquício
Do sono que a adormecia

Fernando Marques

Muito prazer


Muito prazer

Muito prazer
Desculpa a intromissão
Quero te conhecer
Essa é a situação

Não consegui me conter
Com tamanha beleza
Nem muito menos entender
O tamanho dessa proeza

Prazer!
Sou seu futuro amado
Com quem junto vais viver
Com o coração encantado

Fernando Marques

Vem pra mim


Vem pra mim

Voa nos meus braços
Deixe o corpo te levar
Sinta meus abraços
Na volúpia de se entregar

Sonhe comigo
Sinta o corpo arrepiar
Que pra ti eu sigo
Basta apenas me chamar

Esqueça os problemas
Se entregue ao prazer
Resolva seus dilemas
Se entregando ao viver

Venha meu amor
Com toda a tua fúria
E lambuje-se no calor
De nossa luxúria

Sinta tuas pernas tremer
Teu corpo se abrir
Encontrando o prazer
Que te faz sorrir.

Fernando marques

Criança Ultrapassada


Criança ultrapassada

Você não se desamarra
Dessa forma de viver
Você gosta é de farra
E também de beber

Você não consegue entender
Que os dias vão passando
Nós devemos é crescer
Sempre nos modificando

Veja na porta de uma escola
Dessas de crianças
E veja como o tempo decola
Adormecidas lembranças

Pra não se molhar
Entenda a chuva se formando
Só se for pra banhar
Com o corpo se deliciando

Pare de tropeçar
Com um sorriso discreto
Comece a andar
Tome rumo certo

Salte da torre da ilusão
Entendendo que a realeza
Deve escutar a razão
Isso é agir com franqueza

Entenda a realidade
Como fruto do que regamos
Então encontre a sobriedade
Dos planos que traçamos

Infelizmente...
A vida é engraçada
Despertando a dor que sente
A criança ultrapassada

Fernando Marques

terça-feira, 21 de julho de 2009

Marca


Marca

Tentei te amar em vão
Esquecendo até de mim
E amarrei meu coração
Numa corda sem fim

Agora estou aqui
Sozinho a chorar
Perdido sem ti
Nesse mundo a vagar

Amo ou amei
Aquela mulher
E nunca errei
Em tratá-la como uma qualquer

É assim mesmo
Já andei na contramão
E mesmo andando a esmo
Conduzo-te no coração

Fernando Marques

Braços Teus


Braços teus

Confesse a sua amada
O que sentes por ela
Não a deixe preocupada
Esperando-te na janela

Confesse a ela o seu amor
Deixando o coração confessar
Que por onde você for
Ela irá te acompanhar

Retire dela a indecisão
Que o peito só faz doer
Carrege-a em tua mão
E refaça o seu viver

Quando um dia olhar pra trás
Verás que tudo valeu
Provando que o tempo não desfaz
Esse amor que é seu

Nunca deixe de agradecer
Todo dia a Deus
A pessoa que te faz crescer
Envolvidas nos braços teus


Fernando Marques

Normalidade


Normalidade

Linhas mal traçadas
Feito almas perdidas
Dentro de pessoas amarguradas
Que não conseguem viver com suas feridas

Desencontro de toda razão
Contrariando o princípio
De aceitar a doce ilusão
Que nos vem desde o inicio

Embriagando a mente
Entendo melhor o mundo
Coisa que somente
Só sabe quem veio do fundo

A caneta me empurra a escrever
Letras que não consigo somar
Nem ao menos entender
O que não me faz parar

Crio minhas reticências...
Pontuando o meu sofrer
Subtendendo todas as dormências
De todo o meu viver

Angustiado com o que leio
Tento dá um ponto final
Coisa que realmente não creio
Pois me considero NORMAL.


Fernando Marques

Campo minado


Campo minado

Cansei de lutar
Enterrei minha trincheira
O coração tentou escapar
Mas sucumbiu a tua bandeira

Ergueste sobre mim
O teu castelo
E mesmo assim
Não esqueceu o duelo

Meu exército foi dilacerado
Minhas armas travaram
Era dor pra todo lado
Baionetas me machucaram

Minha alma explodiu
Aos pés de tanta maldade
E de mim eclodiu
Farpas da minha realidade

Descobrir na guerra
Nas batalhas do coração
Que a vida só se encerra
Com a nossa permissão

Fernando Marques

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Infante Velhice


Infante velhice

Saudade da minha infância
Onde eu só vivia a brincar
Onde nada tinha significância
Além de vadiar

Eu não sabia o que era amor
Isso era coisa de homem
Nem sabia que essa dor
Um dia nos consome

Eu viva a sonhar
Com uma família unida
Onde eu pudesse encontrar
O significado de minha vida

Hoje tenho a idade
De concretizar meus pensamentos
Mas a tal realidade
Só me apresenta indeferimentos

E agora o que fazer?
Já deixei de ser criança
E a única coisa que me faz viver
Está na minha lembrança

Hoje fico rodeado
De infinitas indecisões
Deixando-me angustiado
Vivendo de ilusões

O que me sobra é escrever
Gastando toda essa tinta
Pra assim verter
A saudade que eu sinta

Dizem que todo idoso
Vira novamente criança
Embora seja penoso
Esperarei essa mudança


Fernando Marques