segunda-feira, 20 de julho de 2009

Intervalo


Intervalo

O “malandro derradeiro”
Vagava pelas ruas
Carregando seu pandeiro
E cantando as amarguras

Ele de tudo cantava
Da dor a alegria
E dizia quem amava
Razão porque sofria

Seu destino era cantar
Compor!
Tentando assim se afastar
Do peso doce da dor

Ele transformava em musica sua vida
Passo e compasso
Cantando uma dor sofrida
Narrando sem embaraço

Um dia...
Ele decidiu parar
E de todos escondia
A razão de mudar

Ninguém entendeu
A morte do seu canto
Somente eu
Entendi o seu pranto

Ele cantava pra nos alegrar
Mas ninguém o alegrava
Ele cantava pra nos fazer sonhar
Mas ele já não sonhava

Ele se sentia um palhaço
Moribundo da alegria
Cantando com a voz em estilhaço
Pandeirando sua agonia

Não esqueça meu povo
O cantor também sente dor
E pra ele cantar de novo
Tem de beber com fervor

Fernando Marques

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