
Intervalo
O “malandro derradeiro”
Vagava pelas ruas
Carregando seu pandeiro
E cantando as amarguras
Ele de tudo cantava
Da dor a alegria
E dizia quem amava
Razão porque sofria
Seu destino era cantar
Compor!
Tentando assim se afastar
Do peso doce da dor
Ele transformava em musica sua vida
Passo e compasso
Cantando uma dor sofrida
Narrando sem embaraço
Um dia...
Ele decidiu parar
E de todos escondia
A razão de mudar
Ninguém entendeu
A morte do seu canto
Somente eu
Entendi o seu pranto
Ele cantava pra nos alegrar
Mas ninguém o alegrava
Ele cantava pra nos fazer sonhar
Mas ele já não sonhava
Ele se sentia um palhaço
Moribundo da alegria
Cantando com a voz em estilhaço
Pandeirando sua agonia
Não esqueça meu povo
O cantor também sente dor
E pra ele cantar de novo
Tem de beber com fervor
Fernando Marques
Nenhum comentário:
Postar um comentário