terça-feira, 10 de março de 2015

Sua Sina


Sua sina

O poeta sem sofrer
É como não ter a desejada alegria
É como o alvorecer
Sem a noite fria

O poeta é livre pra sonhar
Ele pode se iludir
E a quem não merece: desejar
Por mais que esse ato o venha ferir

O seu sofrimento...
Ele sente junto com o amor
Sem o fingimento
Fazendo do coração seu legislador

Ele quando vai à sua imersão
Chora muito por não saber
Que rumo dar a razão
Que os “práticos” vivem a dizer

Mas ele não se enfraquece
E sempre vai amar
E se for preciso uma prece
Porque não ajoelhar?

O poeta todo dia
Desrespeita a falsidade
Pois a única coisa que o guia
Está na sua sensibilidade

Ele, apesar do melancólico sofrer
O que mais teme
É de por amor morrer
Pois seu coração não tem leme

O mundo perde a cor
Quando as lágrimas cobrem seu olhar
Ele se vê o maior sofredor
E com essa inconstância ele vive a brincar

Mas todo dia...
Ele agradece a natureza
E a sua que o guia
Por tamanha franqueza

Fernando Marques

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