Vou falar de um tormento
Que acomete o coração
É feito coice de jumento
E mais largo que avião
É o danado do amor
Que faz peito derreter
Faz o cabra plantar flô
E bestar até o amanhecer
O bicho mói tanto
Que nem juízo aparece
Não adianta chamar Santo
Nem fazer prece
Ele bulina tudo:
Nos expõe na enchente
Ao ponto de ficarmos graúdo
Em qualquer ambiente
Faz matuto interagir
A andar prosa e becado
O perfume não dá nem pra sentir
De tanto que fica firmado
Já disseram, de certo
Que um bandido aportuguesado
Não queria ser liberto
Pois estava apaixonado
Criou-se ali uma interrogação
Daquelas de xadrez uivar:
Que porra é esta Bastião
Que tu não que se libertar?
É um bicho contraditório
Parece cobra de duas cabeça
É na vida compulsório
Disso não se esqueça!
Faz o cabra se sentir menino
E o mundo todo amar
Pois o amor é o palatino
Pro homem se encontrar
Fernando Marques